Quando Óscar começou a viver no lar Steere House, em Rhode Island, ninguém lhe prestou especial atenção. Era um gato como os outros, gostava de sol, de uma boa soneca à janela, de se espreguiçar demoradamente. Não era muito simpático, pelo contrário, fugia de mimos e companhia. Mas nem sempre. Quando um dos residentes piorava, o gato começava a visitá-lo com mais frequência. Até ao dia em que suavemente subia para a cama dele, enroscava-se, e dali já não saía. Era o início da vigília, era um sinal do fim. Naqueles momentos Óscar parecia outro; criava uma ponte, abria os corações ao inevitável adeus. E depois, tão silenciosamente como tinha entrado, retirava-se de cena.
Óscar e David Dosa
Escrito por David Dosa, médico geriatria e professor na Universidade de Brown, que acreditava ser impossível um gato pressentir a morte, no entanto, tantas foram as ocasiões em que a impossibilidade se transformou em probabilidade que resolveu investigar o comportamento de Óscar.
Convencido, Dosa descreveu a habilidade do gato num artigo no prestigiado jornal científico "The New England Journal of Medicine", em 2007, e depois neste livro que vale mesmo a pena ler!
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